O Sindicato

Uma história de lutas e conquistas
 
A história deste sindicato remonta a instalação da Empresa Votorantim no Município de Rio Branco do Sul, em 1947. Inicialmente, foram desenvolvidos os trabalhos de limpeza, tendo a construção sido iniciada em 1949 e encerrada em 1952. Com o início da produção, muitos trabalhadores deslocaram-se de São Paulo para trabalhar na Empresa. Provavelmente, o Sindicato surgiu quando estes trabalhadores, vindos de fora, lançaram a idéia de Sindicato que, como uma semente, foi enraizando-se e, contando, à princípio, com uma participação modesta dos trabalhadores, logo engradeceu-se e tomou corpo.


 
Fundado em 30 de dezembro de 1958, destacaram-se, na época, os trabalhadores: José Ribeiro de Lara, que iniciou em 1949 na Empresa, na função de armador de Ferro e que nascera em Rio Branco a 26 de agosto de 1921; Joaquim Pinto da Roser, nascido a 7 de Outubro de 1918, natural de Bocaiúva do Sul, veio para a Empresa em 1954, para desempenhar a função de Auxiliar Mecânico de Lubrificados: Auri de Souza Oliveira, nascido em Cajazeiras-PB, a 26 de fevereiro de 1942, começou a trabalhar na Empresa em 1956, como supervisor de Manutenção Mecânica: Ozimo Ribeiro de Lara, nascido a 10 de julho de 1929, em Rio Branco do Sul, entrou como Auxiliar de Laboratório em 25 de maio de 1961.

A primeira participação ativa do Sindicato com Diretoria reconhecida, ocorreu em 1963. Neste período, de 1958 a 1963, muitas alterações foram perpetradas na Diretoria da Entidade, posto que a pressão da Empresa era muito acentuada, provocando, inclusive, demissões daqueles que estavam engajados com a entidade. Por outro lado, o trabalhador estava com a atenção desviada, preocupando-se mais com o plantio de sua terrinha do que com reivindicações e estruturação do sindicato. O dinheiro era também mas forte e não havia uma necessidade mais premente de lutas organizadas. Com o tempo, alguns abusos foram sendo verificados, principalmente quando a Empresa começou a exagerar na exigência de horas extras.

Não havia entrado o ano de 1963, e já o Sindicato tinha promovido algumas reuniões públicas. Quando sedimentaram uma razoável representatividade, capaz de favorecer os trabalhadores em sua defesa, a Empresa investiu maciçamente, intentando derrotar de todas as maneiras e Entidade.

Em janeiro de 1964, eclodiu a primeira greve da categoria. Apesar do Sindicato atuar, desde a sua fundação, na área de cimento, cal e gesso, a greve foi setorizada, envolvendo a Empresa Cal-Paraná em Itaperuçu. Nesta paralização, a Empresa e os chefes achavam que os trabalhadores não tinham motivos para entrar em greve. Valeram-se de todos os recursos disponíveis para arrasar o movimento, investindo com o auxílio da polícia contra os funcionários e alguns donos apresentaram-se até armas para subestimar os grevistas. Embora a paralização tenha durado apenas um dia os resultados foram positivos, tendo os trabalhadores alcançado os resultados almejados.
 
 
 
 
 
Com as conquistas obtidas nesta greve, os trabalhadores da área do cimento começaram a se movimentar, entusiasmados pela vitória dos trabalhadores do cal. Em 31 de março de 1964, a polícia encetou um gigantesco movimento representativo, por toda a cidade, prendendo a maioria dos diretores do Sindicato e lacrando a porta da Entidade.
 
Os líderes sindicais foram conduzidos à Delegacia, onde ficaram presos e incomunicáveis. Na sequência foram transferidos para Curitiba, para serem interrogados no DOPS. Durante a viagem de transferência, os Diretores foram torturados pelos policiais: coisa corriqueira neste período em que os trabalhadores estavam sujeitos a constantes castigos e torturas, como o "pau-de-arara".
 
Muitas vezes, inocentes eram utilizados, para expiar erros cometidos pela própria chefia. Nesta prisão dos dirigentes sindicais, as autoridades valeram-se das mesmas torturas, querendo arrancar dos presos a confissão de que eram comunistas.
 
Foram presos na ocasião, o presidente José Adir de Cristo, que permaneceu detido 15 dias; o diretor José Augusto, que foi liberado e desapareceu e o Procurador Geral, José Amorin, que também sumiu após ser liberado. Auri de Souza Oliveira também esteve preso com os companheiros mas foi liberado em seguida.
 
Chegou em Rio Branco completamente transtornado com o tratamento a que foram submetidos, a princípio não reconhecia os próprios colegas, precisando tomar injeção para conseguir dormir. Posteriormente, foi obrigado a prestar dois depoimentos para o Exército.
 
Na empresa passou a ser vigiado de perto. Durante os primeiros sessenta dias não podia dirigir palavra a ninguém. Ficou profundamente marcado pelo fato de ser chamado constantemente de comunista pelos próprios amigo, sem que nunca soubesse o verdadeiro significado da palavra.

O sindicato permaneceu fechado de 1964 a 1966, quando então, foi nomeada uma comissão por parte da Empresa. De 1966 a 1975, a Entidade foi evoluindo gradativamente, mas era comandado pela própria empresa. A partir de 1975, houve um racha na diretoria, entre os partidários de uma atuação combativa e os partidários do comodismo.

Conseguiram chegar a um denominador comum e priorizaram a construção da sede, que concretizou-se entre 1978 e 1981. Neste período, o sindicato foi essencialmente imobilista. Somente a partir de 1981, iniciaram um questionamento maior sobre o sindicato e sua relação com os trabalhadores.
 
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